Teresa teve a oportunidade de "re-descobrir" o Coração num momento e numa época cultural e espiritual em que predominava a reflexão, o pensamento, isto é a "cabeça" sobre o coração.
Numa cultura predominantemente assim, ao não poder orar com a "cabeça", buscou então o "coração".
O caminho de Teresa é, pois, o caminho da CORDIOLIDADE, i.e. do carinho, do afecto, da amizade e familiaridade....com o Senhor e começou a "regressar" à sua própria morada.
Ah! - dizeis - isso são os sentimentos entre nós, mas Deus....tão longe, tão diferente....
ESTAIS REDONDAMENTE ENGANADOS! Jesus Cristo é revelação humana da Pessoa de Deus! Ele é um Homem, um ser humano como tu e como eu...extraordinariamente ternurento e amigo! O que acontece é que ELE só se mostra a quem quer e como quer... Temos de convencernos que nem todos somos verdadeiramente AMIGOS d'Ele! Existe em nós muita actividade do EGO que maltrata a capacidade para a experiência de Deus....
Mas a partir da experiência de Teresa resulta-nos mais fácil voltarmos a casa e aprender essa magnífica referência de assumirmos modos simples e profundos de amar e de tratar de Amizade com ELE, desde a «morada interior» que é a interioridade do coração onde nos aguarda.
Dizia Govinda, o asceta errante: "O anseio de Infinito me cega. Acaso existe uma cova mais fructífera do que a do próprio coração?»
Esta AMIZADE COM DEUS não fica estagnada em Deus...nós próprios somos os primeiros a ser favorecidos nas relações fraternas, no amor de uns pelos outros...