25. COMO UM FELINO!



 Como vimos anteriormente,   os elementos dinâmicos da ORAÇÃO TERESIANA  (Recolhimento activo) que Teresa nos oferece experimentar,  nada tem a ver com pensar muito ou imaginar muito, mas resume-se a um simples olhar interior afectivo, é um «REPARAR  QUE ELE ME OLHA!»

Este "OLHAR", este "REPARAR" "DAR-SE CONTA" é a chave de ouro da vida mística de Teresa, que a lança numa corrida vertiginosa para o AMOR!  é como o felino na sua corrida em pós da presa desejada!

Olhar que privilegia o silencio do pensamento que se submete ao Amor expresso no olhar interior...

24 - EFICÁCIA DO SEU CAMINHO!


Teresa ensinou este modo a todos os que se relacionaram com ela: homens, mulheres, velhos, crianças, casados, solteiros... o que naquela época foi um escândalo!.

Viu-se «metida» em Deus de uma forma tão maravilhosa,  e aproveitar tanto em tão pouco tempo que não quis guardar só para si o seu segredo!Uma das pessoas em que ela quis experimentar a EFICÁCIA DO SEU CAMINHO foi o seu próprio pai.

Diz ela: "Como queria tanto o meu pai, desejava-lhe o bem que me parecia que teria com ter oração e assim, por rodeios, conforme pude, comecei a fazer com que a tivesse (...) como era tão virtuoso, assentou tão bem nele este exercício que, em 5 ou 6 anos (...) estava tão adiantado que eu louvava muito o Senhor e dava-me grandíssima consolação..." pois "parecia-me a mim que, visto eu não servir o Senhor como entendia que Ele queria, era necessário não se perder o que Ele me tinha dado a conhecer e que outros O servissem por mim!» ( Vida 7,10-13)

Ensinou o Recolhimento activo assinalado por 4 elementos dinâmicos:

  1. A FÉ, que nos confirma a proximidade de Deus
  2. A SOLEDADE, aquela que é elementar, corrigindo a tendência para a exteriorização. Ensina a conviver consigo próprio.
  3. O OLHAR INTERIOR, que se converte em "olhar silencioso" na medida em que a pessoa se vá despojando  de "conteúdos" da consciência. Este olhar interior, faz possível passar e até prescindir do discurso e reflexão mental para a relação afectiva.
  4. A RELAÇÃO AFECTUOSA E ESPONTÂNEA.

 Teresa nunca pôde «imaginar» nada na oração. Diz ela: «Procurava o mais que pudesse trazer Jesus Cristo, nosso Bem e Senhor, dentro de mim. E esta era a minha maneira de oração. Se pensava em algum passo (do Evangelho) apresentava-o no meu interior» (Vida,4,8)  e «Eu só podia pensar em Cristo como HOMEM...porque nunca consegui fazer uso da imaginação» (Vida 9,6)

NÃO PERCAMOS NÓS, ESTA OPORTUNIDADE! EXPERIMENTEMOS TAMBÉM! NADA PERDEREMOS, ANTES PELO CONTRÁRIO!

23. ... A SÓS COM ELE!




Para Teresa, oração é, portanto, TRATAR DE AMIZADE COM O AMIGO (Deus), estando muitas vezes tratando a sós com quem sabemos nos ama! E repete uma e outra vez que a coisa não está em pensar muito mas em amar muito. Insiste na subordinação do pensamento ao amor!

Sempre tão renitente em aconselhar coisas extraordinárias, não se cansa de induzir-nos a que sigamos o seu modo de «Recolhimento activo» porque sabe que  é a fronteira da vida ascética (a actividade do nosso querer e controle) e a vida mística (aquilo que depende só de Deus), e do qual derivam muitos bens espirituais e morais para a pessoa.

Em definitiva é colocar-se nas disposições ideais para quando Deus queira dar o que nos quer dar, a fim de nos chegar a Si.
Teresa vê claro que este modo de oração é essencialmente RELAÇÃO PESSOAL DE AMOR, e que aquilo que é realmente importante não são os conteúdos da relação, mas a mesmíssima relação