10. O DESEJO...



Deus é maravilhoso em tudo quanto permite ou faz em nós....
Ele permite o que permite na nossa vida para nos chegar a SI....
Ele necessita do nosso desejo, para vir sentar-Se ao nosso lado...e conversar....só esse desejo nos dispõe verdadeiramente.
 Um dos trabalhos que teremos é «EDUCAR O DESEJO»

o desejo é um mecanismo positivo para a construção da nossa própria identidade! Teresa, por variadíssimas formas indica-nos  a necessidade do SILENCIO INTERIOR para esta relação VIVA.
O silencio interior tem  relação directa com o DESEJO de Deus...
O que é o silencio interior? é a UNIDADE do desejo satisfeito! do desejo que nos liberta...Este desejo de que falamos é o de DEUS.

9 - QUE AMOR É ESSE?


            As pessoas escandalizam-se inconscientemente, quando lhes apresentamos um Deus tão próximo! Há quem diga: "Deus não é bom para mim! isso é só para alguns!".  A imagem que muitas vezes se tem de Deus, está condicionada à história pessoal de cada um...e como fuga vertemo-nos  muitas vezes na formosura sensível da vida! seremos, assim infelizes, porque tudo o que há nesta vida não sacia o coração humano que possui "capacidade de Deus"!

Quando falamos de «entrar»  nesta RELAÇÂO PESSOAL... que Teresa chama ORAÇÃO, estamos a apontar para o AMOR dado e recebido..um Amor que facilita o auto-conhecimento no conhecimento de Deus...
QUE AMOR É ESSE?...Este AMOR, é o Amor Infinito de DEUS na Pessoa de Jesus Cristo. Esta relação define o nosso interior...«ganhamos» em  IDENTIDADE INTERIOR....e por conseguinte em lucidez, em liberdade, em Verdade..

Dir-me-ás: mas... então como vou conhecer Deus se estou cego/a?

  • O primeiro passo é aceitar, de verdade,  este Deus «que faz mercês e opera maravilhas, que é Bom e a Suma Verdade» que Teresa apresenta. ...ACREDITAR que Deus é assim: que se dispõe a conversar comigo, a criar amizade comigo...como de um igual para outro igual... Fazer este esforço interior...isto vai oferecer-me grandes surpresas...É um acto de fé vigoroso, decidido...
  • Depois Teresa sabe que orar é «entrar na interioridade», é mudar de direcção, optar pelos valores do espírito, é romper com uma situação que começa a apresentar-se insustentável, então aconselha com estas palavras: «Procure abandonar as coisas e 'negócios' não necessários, cada um conforme o seu estado (de vida)» (Moradas 2,14)..
  • É «impossível» avançar nesta amizade empreendida, sem esta decisão....
Podemos olhar para a nossa própria vida e podemos reconhecer quantas coisas inúteis nos atam as forças e a atenção...Nem tudo quanto nos preocupa é útil e necessário. 

Teresa recomenda que abandonemos essas inutilidades, que as abandonemos sem pena, pois a meta que nos espera é muito melhor e superior...
Segundo ela, essas coisas e «negócios» são os «cuidados alheios» (M2,15), os «zelos indiscretos», as pequenas «honras», as pequenas «ofensas», o orgulho subtil e não andarmos a reparar  em ninharias e falhas alheias... (2,18). Ela pede muito que abandonemos tudo isso que só dificulta esta caminhada...

Somos chamados ao «SILENCIO INTERIOR»....é neste ambiente privilegiado que chegamos ao próprio conhecimento...

8- IDENTIDADE INTERIOR

É importante «QUERER TER ESTA RELAÇÃO»,  «QUERER COMEÇAR ESTA AFEIÇÃO» real, que permanecerá para a eternidade...é dela que vamos viver e ser felizes a 100%. Comecemos já...apesar das mil e uma fraquezas que possamos ter! 
Teresa de Jesus diz :  «muito fazem em terem entrado» (1,8) no seu interior...

Ela chama a este interior «Castelo interior» . Entrar, já é um salto de gigante, apesar do conhecimento de Deus e de si mesmos ser muitíssimo pobre. 

Essa pobreza impede-nos de «ver a formosura do castelo» (1,9) seus olhos ainda estão cegos..porque,  «onde está o teu coração está o teu tesouro» (1,8). 


Teresa, perante esta cegueira inicial, deseja com todas as forças que a pessoa acredite no Deus que ela lhe apresenta e no mundo interior que ela mesma explorou e no-lo mostra para que nós possamos fazer a mesma AVENTURA....

Perguntemo-nos  como é a nossa situação pessoal em relação a Deus.

A maior parte das vezes a nossa situação é difícil..., pois partimos de uma grande cegueira... (Moradas1,2)

Teresa diz que a pessoa antes de entrar verdadeiramente numa relação profunda e duradoira com ELE, está muito CEGA....que quer ela dizer? - que não sabemos quem somos  verdadeiramente..., ainda não temos «IDENTIDADE INTERIOR» em relação ao Amor Infinito de Deus, carecemos de sensibilidade interior espiritual porque vivemos «fora» de nós mesmos derramados pela superficialidade, pela dispersão...
Não é verdade que temos  a experiência de que  muitas vezes só vemos a parede que está colada ao nosso «nariz»....? A pessoa quando vive «fora» do seu castelo facilmente é vencida por «ninharias» e «nadas»...
A Oração, i.e. esta relação pessoal e viva de AMIZADE com Deus (Jesus)  é que define a pessoa perante Deus e os outros...
Esta PORTA... dá-nos acesso ao conhecimento próprio e ao conhecimento verdadeiro de DEUS...