9 - QUE AMOR É ESSE?


            As pessoas escandalizam-se inconscientemente, quando lhes apresentamos um Deus tão próximo! Há quem diga: "Deus não é bom para mim! isso é só para alguns!".  A imagem que muitas vezes se tem de Deus, está condicionada à história pessoal de cada um...e como fuga vertemo-nos  muitas vezes na formosura sensível da vida! seremos, assim infelizes, porque tudo o que há nesta vida não sacia o coração humano que possui "capacidade de Deus"!

Quando falamos de «entrar»  nesta RELAÇÂO PESSOAL... que Teresa chama ORAÇÃO, estamos a apontar para o AMOR dado e recebido..um Amor que facilita o auto-conhecimento no conhecimento de Deus...
QUE AMOR É ESSE?...Este AMOR, é o Amor Infinito de DEUS na Pessoa de Jesus Cristo. Esta relação define o nosso interior...«ganhamos» em  IDENTIDADE INTERIOR....e por conseguinte em lucidez, em liberdade, em Verdade..

Dir-me-ás: mas... então como vou conhecer Deus se estou cego/a?

  • O primeiro passo é aceitar, de verdade,  este Deus «que faz mercês e opera maravilhas, que é Bom e a Suma Verdade» que Teresa apresenta. ...ACREDITAR que Deus é assim: que se dispõe a conversar comigo, a criar amizade comigo...como de um igual para outro igual... Fazer este esforço interior...isto vai oferecer-me grandes surpresas...É um acto de fé vigoroso, decidido...
  • Depois Teresa sabe que orar é «entrar na interioridade», é mudar de direcção, optar pelos valores do espírito, é romper com uma situação que começa a apresentar-se insustentável, então aconselha com estas palavras: «Procure abandonar as coisas e 'negócios' não necessários, cada um conforme o seu estado (de vida)» (Moradas 2,14)..
  • É «impossível» avançar nesta amizade empreendida, sem esta decisão....
Podemos olhar para a nossa própria vida e podemos reconhecer quantas coisas inúteis nos atam as forças e a atenção...Nem tudo quanto nos preocupa é útil e necessário. 

Teresa recomenda que abandonemos essas inutilidades, que as abandonemos sem pena, pois a meta que nos espera é muito melhor e superior...
Segundo ela, essas coisas e «negócios» são os «cuidados alheios» (M2,15), os «zelos indiscretos», as pequenas «honras», as pequenas «ofensas», o orgulho subtil e não andarmos a reparar  em ninharias e falhas alheias... (2,18). Ela pede muito que abandonemos tudo isso que só dificulta esta caminhada...

Somos chamados ao «SILENCIO INTERIOR»....é neste ambiente privilegiado que chegamos ao próprio conhecimento...